Valdemar Linhares Dutra foi morto por engano. Alvo era o ex-secretário de Segurança Pública Josias Quinta
POR BARTOLOMEU BRITO, RIO DE JANEIRO
Rio - Em uma ação conjunta do Serviço Reservado do 36º BPM (Santo Antônio de Pádua), da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense e da Sub-Chefia Operacional, da Polícia Civil, foi preso, na manhã deste sábado, no município de Aperibé, no norte do Estado, Maximiliano Rocha da Conceição, de 33 anos, apontado como autor da morte do Secretário Municipal de Industria e Comércio de Aperibé, Valdemar Linhares Duarte, ocorrida no dia 25 de junho deste ano.
De acordo com a Polícia, o preso já confessou que que o alvo não era o secretário, mas o coronel da Polícia Militar, Josias Quintal, secretário de Segurança Pública do Estado durante o governo Antony Garotinho. A vítima, que apresentava semelhanças físicas com o militar, tinha saído da Fazenda Pedra Lisa, de propriedade de Josias Quintal, onde tivera uma reunião com ele. No momento em que foi atacado, o homem dirigia uma caminhonete Montana, idêntica a do coronel.
O assassino confessou participação no crime e apontou o vice-presidente da Câmara Municipal de Santo Antônio de Pádua, o político Juscelino Cruz de Araújo, como mandante da tentativa de assassinato de Josias Quintal, que acabou com a morte de um inocente. O político já foi chefe da 14ª Ciretran, sediada na região, e durante as eleições para vereador negociava a troca de votos pela concessão de carteiras de motoristas para os eleitores que votassem nele. A negociação foi descoberta pela Polícia Federal, que apreendeu cópias de títulos de eleitores e de carteiras de identidade em uma Auto-Escola pertencente ao filho de Juscelino, então candidato a vereador.
Na ocasião, Juscelino foi denunciado pela promotora da 34ª Zona Eleitoral, Gabriela Lusquinhos, por uso da máquina administrativa. Ele chegou a ser afastado de suas funções na Câmara Municipal, mas acabou retornando. Em 2007, consta, também, outro processo eleitoral insurado contra ele no Superior Tribunal Federal.
Existe a possibilidade de o preso ser trazido para o Rio de Janeiro e ficar na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Lá ele vai aguardar a conclusão do inquérito. O coronel Josias Quintal não foi encontrado para falar sobre o assunto.
Para a polícia, o atentado contra o ex-Secretário de Segurança Pública tem motivação política, já que ele foi candidato a vice-prefeito de Santo Antônio de Pádua, onde reside, pelo PSB, na chapa da candidata a prefeito Maria Dib, do PP. Na mesma ocasião, outro político, o vereador Efer Soares de Souza, o Efinho do escritório, membro do PFL, foi assassinado em seu sítio, na localidade de Dois Rios. O criminoso era um homem que invadiu o sítio, usando um capuz.
Prisão neste sábado
"O assassino de Valdemar Linhares, na verdade queria me matar", disse Josias Quintal na época da morte do colega.
O preso foi ouvido durante a manhã deste sábado pelos delegados Márcio Caldas (DH-Baixada), e Carlos de Oliveira, sub-chefe de polícia operacional. Os policiais estão procurando o vice-presidente da Câmara e outras pessoas envolvidas, apontadas por Maximiliano Rocha da Conceição.
Uma das preocupações da polícia é saber quem é a pessoa que financiou o pistoleiro para matar Josias Quintal e que acabou matando, por engano, o Secretário Municipal."
Fonte : O Dia
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